Por que me sinto assim? A verdade sobre suas emoções

Por que me sinto assim? A verdade sobre suas emoções

Por Stefani Paes – Psicóloga Clínica, especialista em TCC e Saúde Emocional.
Você já se pegou em uma montanha-russa emocional sem entender o porquê? Aquela irritação que surge do nada, uma tristeza persistente que te abraça sem motivo aparente, ou até mesmo uma ansiedade que não te larga. ‘Por que me sinto assim?’ — essa é uma pergunta que ecoa na mente de muitos, e é a ela que vamos buscar respostas hoje. O que eu faço com tudo isso que eu sinto?
Tem dias que a gente acorda e parece que o mundo está mais pesado. Tem dias que a tristeza vem do nada. Tem dias que a ansiedade aperta o peito sem explicação.

E aí você se pergunta: “Por que eu me sinto assim?”


Sentir não é fraqueza — é humanidade


Quantas vezes você já se perguntou:
“Por que estou me sentindo assim, se nem aconteceu nada?”
Ou então: “Por que eu explodo do nada?”
“Por que esse aperto no peito insiste em aparecer?”


Muitas pessoas crescem ouvindo que sentir raiva é feio, que chorar é sinal de fraqueza, que
sentir medo é coisa de quem não tem fé. Mas o que ninguém nos ensinou é que toda
emoção tem uma função — e nenhuma delas vem por acaso.
A verdade é que as emoções que sentimos hoje são reflexos de experiências, histórias,
memórias e interpretações que fomos acumulando ao longo da vida.
Nenhuma emoção é aleatória. Todas carregam uma mensagem. Emoções são sinais, não são inimigas
As emoções não vêm para te atrapalhar. Elas vêm para te avisar.
São como sinais de trânsito internos, que mostram quando você precisa parar, desacelerar, mudar de direção ou seguir com mais presença.


Você não precisa lutar contra o que sente.


Muita gente acredita que precisa controlar a emoção, como se ela fosse um vilão. Mas a
emoção não veio para te atrapalhar — ela veio para te sinalizar algo importante.


🔹 A raiva, por exemplo, pode estar dizendo que você precisa colocar limites.

🔹 A tristeza pode estar pedindo tempo para processar uma perda, uma frustração ou um
cansaço emocional; revelando que você precisa desacelerar e se acolher.

🔹 A ansiedade pode estar te mostrando que você está tentando prever ou controlar o que
ainda nem aconteceu.

🔹 O medo, muitas vezes, tenta proteger você de repetir dores antigas — mesmo quando o
perigo já passou.


Percebe? As emoções não são o problema.
O problema é quando a gente não aprende a escutá-las.
As emoções não são inimigas; são bússolas internas. Elas nos alertam sobre o que está acontecendo dentro de nós e ao nosso redor. E quando a gente não escuta?
Quando não damos espaço para sentir, o corpo começa a gritar o que a mente tentou calar: isônia, ansiedade, dores inexplicáveis, crises de choro ou de raiva, desconexão com o corpo e com as pessoas.


É como se o emocional tentasse por todos os meios ser visto.
E aí vem a culpa: “mas eu nem tenho motivo pra estar assim.”
Mas deixa eu te contar uma verdade: -> Você não precisa justificar o que sente. Você só precisa aprender a entender e cuidar disso.


Mas, me explique um pouco melhor sobre isso!?…
O que faz acender as ‘luzes de alerta’ emocionais? A resposta está, muitas vezes, em nossas crenças. Imagine que suas crenças são como óculos através dos quais você enxerga o mundo. Se você acredita que não é bom o suficiente (crença de desvalor), uma crítica pode gerar uma tristeza profunda ou uma raiva intensa, porque valida essa crença.
Se você acredita que precisa ser perfeito (crença de perfeccionismo), um pequeno erro pode gerar uma ansiedade avassaladora. Nossas emoções não são aleatórias; elas são
respostas lógicas ao que acreditamos – mesmo que essa crença não seja a realidade. Esta é a chave. Nossas emoções são, muitas vezes, reações a crenças profundas que temos sobre nós mesmos, os outros e o mundo. Essas crenças (muitas vezes inconscientes, formadas na infância ou por experiências marcantes) filtram a realidade e ditam como nos sentimos em determinadas situações.


Emoções x Pensamentos
O que você sente está profundamente ligado ao que você pensa. As emoções não precisam
ser controladas, elas precisam ser compreendidas.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental, trabalhamos com a ideia de que os sentimentos nascem a partir de um pensamento (muitas vezes automático e inconsciente). Ou seja,
antes da emoção, existe uma interpretação da realidade — e é ali que podemos agir. Daí trabalhamos com um princípio simples e poderoso: pensamentos geram emoções, que geram comportamentos.
Por exemplo: Se você pensa “ninguém gosta de mim”, vai se sentir rejeitada(o). E talvez acabe se isolando, o que só reforça ainda mais esse sentimento.
É um ciclo. Por isso, observar seus pensamentos é um passo essencial para entender por que você
sente o que sente.
Você não é fraco(a) por sentir.

Você é forte quando escolhe entender.
Compreender que nossas emoções são reflexos de nossas crenças é um passo gigantesco
na nossa jornada de autoconhecimento, iniciada na coluna anterior. Não se trata de anular o
que você sente, mas de acolher e investigar.

Nas próximas colunas, continuaremos a desvendar as complexidades do nosso mundo interno, explorando ferramentas e estratégias para reescrever essas crenças limitantes e cultivar emoções mais alinhadas com a vida que desejamos construir.
O começo da virada emocional
Quero te convidar para uma prática simples: Durante essa semana, sem julgamentos, convido você a parar por um instante. Respire fundo e tente ouvir a mensagem que sua emoção está tentando te passar.
Toda vez que sentir algo forte (ansiedade, raiva, tristeza, frustração), se pergunte, com
curiosidade e carinho:
“O que eu pensei antes de me sentir assim?”, “O que essa emoção está
tentando me contar?”, “Que crença ela está querendo revelar?”

Você vai se surpreender com o que vai descobrir.
Autoconhecimento emocional é isso: Não é se livrar da emoção. É aprender a dar nome,
acolher e agir com mais consciência.
Esse é o convite para a sua próxima descoberta. Continue conosco nessa jornada de
mergulho nas suas próprias raízes!

No próximo encontro…
Na próxima coluna, vamos falar sobre aqueles pensamentos sabotadores que moram dentro da nossa cabeça e que, muitas vezes, controlam nossas escolhas — mesmo quando parecem “verdades absolutas”. E acabam criando barreiras invisíveis entre quem somos e quem poderíamos ser.


Até lá, com carinho e afeto,
Stefani Paes.

Comentários
2

Susane Ferreira
junho 23, 2025

Olá, essa mensagem veio de forma bem assertiva em minha semana, estou vivendo esse momento de algumas emoções que surgiram “do nada”. Sigo com o auto conhecendo e tentando reconhecer os sentimentos que nao me fazem bem.
Obrigada!

Ivonete Pereira
junho 23, 2025

Passando para prestigiar!

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