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O Perigo Invisível: O Excesso de Telas e o Futuro Que Estamos Entregando às Crianças

O Perigo Invisível: O Excesso de Telas e o Futuro Que Estamos Entregando às Crianças

Você já se pegou em silêncio, observando seu filho hipnotizado diante de uma tela, seja no
celular, tablet, TV ou videogame, e sentiu que algo ali não estava certo — mas não sabia
exatamente o quê?

Vivemos em uma era em que a presença digital é inevitável. O problema não está na
tecnologia em si, mas no uso desmedido, desregulado e, muitas vezes, substitutivo do
vínculo afetivo. O que era para ser ferramenta, tem se tornado babá, anestésico e até válvula
de escape emocional — tanto para pais quanto para filhos.
No livro A Fábrica de Cretinos Digitais, o neurocientista francês Michel Desmurget faz um
alerta contundente: estamos criando uma geração intelectualmente atrofiada,
emocionalmente imatura e socialmente empobrecida.
Através de dados sólidos e décadas de pesquisa, ele mostra que o uso excessivo de telas está
diretamente ligado à queda de QI, ao atraso na linguagem, à dificuldade de atenção, à
explosão de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes. Não se trata de opinião. É
ciência.
“Pela primeira vez na história da humanidade, o QI de uma geração está diminuindo. E essa
queda coincide com o uso massivo de telas.” — Michel Desmurget

Crianças pequenas expostas precocemente a vídeos rápidos, sons constantes e estímulos
visuais intensos têm seu sistema nervoso sobrecarregado, o que pode comprometer funções
básicas como concentração, controle emocional e empatia.
Adolescentes, por sua vez, mergulhados em redes sociais e jogos, vivem conectados com o
mundo inteiro — menos com eles mesmos e com quem está ao lado. A consequência é o
aumento de isolamento, automutilação, sexualização precoce e crises de identidade.
Estamos diante de uma infância sequestrada pela dopamina digital, e os efeitos colaterais
são profundos, ainda que silenciosos.
A verdade é que muitos pais, cansados, culpados ou sem saber o que fazer, acabam cedendo.
E isso não é sobre julgamento. É sobre responsabilidade.
Sou pai de dois meninos, entendo as pressões da vida moderna. Certa vez, fomos
comemorar o aniversário do meu filho mais velho em um Parque de Diversões. Acabei
ficando na supervisão do meu caçula, que na época tinha uns 3 anos.
Levei-o no brinquedo com carrinhos que giram. Lá, encontro sentado no carrinho uma
criança (com sua mãe filmando) olhando para baixo hipnotizado, utilizando o cellular.
Fiquei profundamente chocado, lembro do rostinho dele até hoje. Ele estava jogando no
celular no Parque de Diversões… Acredita nisso!?
E se ao invés de uma tela, houvesse um olhar; se ao invés de mais tempo online, houvesse
tempo de presença.
Não se trata de proibir tudo. Mas de recolocar as telas em seu devido lugar. De lembrar que
nenhuma tecnologia substitui o afeto, a escuta, o abraço, o brincar no chão.
Aqui vão algumas sugestões práticas:

  • Estabeleça limites claros de tempo e horário para o uso de telas.
  • Dê o exemplo. Seu filho aprende mais com o que você faz do que com o que você diz.
  • Promova momentos offline em família: jogos de tabuleiro, caminhadas, refeições sem
    celular.
  • Converse sobre o conteúdo acessado. Ensine a pensar criticamente, mesmo diante de
    entretenimento.
    Falar sobre telas não é confortável. Exige revisão de hábitos, coragem para dizer “não” e
    disposição para olhar o que realmente está acontecendo com nossas crianças. Mas é
    urgente.
    Proteger a infância é também proteger o futuro. E o futuro que estamos construindo hoje
    exige pais presentes, atentos e dispostos a nadar contra a corrente, se for preciso.
    Porque um filho que tem atenção real, não precisa de tela para se sentir visto.
    Vai dar trabalho?!, mas vai valer a pena!!


    Com carinho,
    Enéias Laurindo
    Bacharel em Marketing | Psicanalista em formação | Colunista Parceria Positiva
    Idealizador do projeto “O Despertar do Pai”

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Comentários
2

Stefani Paes
Stefani Paes
junho 24, 2025

👏👏👏

Vagner Camargo
Vagner Camargo
junho 25, 2025

Que conteúdo Poderoso, imprescindível para todos os pais!
Muito obrigado pela sua disponibilidade em nos ajudar com essa matéria meu amigo, muito boa mesmo!

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