Por Stefani Paes – Psicóloga Clínica, especialista em TCC e Saúde Emocional da Mulher
Existe uma pergunta que, quando feita com honestidade, tem o poder de nos virar do
avesso: Quem sou eu quando ninguém está olhando?
Não quem você mostra ser no Instagram. Nem quem você tenta parecer ser no trabalho, na igreja ou dentro de casa. Mas quem você é de verdade — com seus medos, suas dores, seus desejos, e até aqueles pensamentos que você finge que não pensa.
Sabe aqueles momentos em que você está sozinha em casa, sem compromissos, e se pega fazendo algo que ninguém mais veria? Talvez dançando na sala, conversando com seus pensamentos, ou simplesmente em silêncio, sentindo o que realmente sente? Nesses instantes, longe dos papéis sociais e das expectativas, reside uma parte essencial da resposta para a pergunta do título.
Olhar para ‘quem sou eu quando ninguém está olhando’ exige uma dose de vulnerabilidade interna. Significa aceitar que talvez a pessoa que reside na sua intimidade não seja exatamente aquela que você idealizou ou que os outros esperam.
Mas é nessa aceitação, nessa compreensão profunda de si mesmo, que reside um poder imenso. É a partir desse lugar de autenticidade que a verdadeira mudança se torna possível, porque ela nasce de dentro para fora, alinhada com o seu ser mais profundo.
Muitas mulheres vivem uma vida toda sem se encontrarem. Crescem tentando se encaixar em padrões, agradar todo mundo, carregar a culpa por tudo e se esquecer de quem são. O resultado? Um cansaço existencial que não passa nem com sono, um vazio que não se preenche com comida, com compras, com relacionamentos ou com curtidas.
Mas e se eu te dissesse que o autoconhecimento é o primeiro passo para virar essa chave?
Quando você começa a se olhar com curiosidade — e não com julgamento — algo muda. A
dor vira ponto de partida. O medo vira sinal de que ali há algo importante. E até os pensamentos negativos começam a fazer sentido, porque você entende de onde eles vieram.
Essa coluna nasce para isso: te ajudar a se ver com mais clareza, a se escutar com mais gentileza e a se tratar com mais respeito. Vai ser uma jornada. E toda jornada começa com o primeiro passo.
A reflexão de hoje é apenas o primeiro passo de uma jornada que convido você a trilhar comigo aqui, nesta coluna. A cada encontro, exploraremos juntas as diversas facetas do autoconhecimento e da consciência. Acredito que a transformação começa de dentro para fora, e meu objetivo é fornecer um espaço para pensarmos juntas sobre como nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. Compartilharei aprendizados, pesquisas e talvez até algumas experiências pessoais, sempre com o intuito de inspirar e provocar uma autoanálise positiva. Sejam bem-vindas a este nosso cantinho de crescimento! Falaremos sobre como identificar e trabalhar nossas crenças limitantes, como alinhar nossos valores às nossas ações, como cultivar a inteligência emocional e encontrar propósito em um
mundo em constante mudança. Este será um espaço para aprendizado, reflexão e inspiração rumo a uma vida mais autêntica e plena.
Então, hoje eu te convido a fazer silêncio por alguns minutos e escrever (ou pensar):
Quem sou eu quando ninguém está olhando?
Sem máscaras. Sem medo. Só você com você mesma.
No próximo artigo, vamos falar sobre algo que habita o coração de quase toda mulher: as emoções que tomam conta da gente quando a gente não toma conta delas.
Até lá! Com carinho,
Stefani.